"Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem" (Mário Quintana)

19 outubro, 2010

Alô? É da polícia? Dá pra me mandar um James Sabine? Grata.

Neste divertido romance de estréia de Sarah Mason, Um amor de detetive, os opostos se encontram e - como não poderia deixar de ser -, também se atraem. A bela Holly Colshannon é uma ambiciosa e desastrada jornalista da Bristol Gazette. James Sabine (apenas um pouco mais bonito que ela), é um sargento-detetive durão, grosseiro e ressentido. Levados pelo acaso , eles se encontram diversas vezes por conta de uma série de coincidências bastante oportunas. Rapidamente, a determinada Holly vê em James a grande chance de progredir em sua carreira e decide segui-lo por um período de seis semanas a fim de escrever uma coluna crimina, que poderá vir a ser o seu primeiro sucesso jornalístico. O lado positivo da situação é que ela consegue obter a tão sonhada coluna O lado negativo é que o bonitão não está nem um pouco feliz com a presença constante de Hally em sua vida.

E vamos comemorara existência do clichê! Um Amor de Detetive conseguiu ser um dos livros mais previsíveis e interessantes que já li. Longe de mim dizer que sou muito boa em desvendar mistérios antes do final, maaas eu tenho um certo... er... tato pra isso. O livro gira em torno de Holly e seu emprego frustrado de jornalista. Sua carreira vai de mal a pior até que a oportunidade de ser escrever um diário sobre o dia-a-dia da polícia a coloca colada com um policial bonitão e um caso de roubo profissional em série é investigado.

O Romance é leve, bobinho, clichê, engraçado - sério, eu ri alto várias vezes -, em suma, tragável. O Detetive James Sabine consegue ser um elefante em uma loja de cristais de tão bruto. Como é comentado no próprio livro, o relacionamento dos dois é quase que um Orgulho e Preconceito.

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"- Emergência.

- Alô? É da Emergência? - Por favor, não pensem que eu sou burra, sei que a mulher disse Emergência. Mas quero confirmar. Ter certeza. Se vocês estivessem na minha situação iam querer confirmar também.

- Sim, é da Emergência. Em que posso ajudar?

[...] - Estou com um preservativo... entalado.

- Entalado onde? - pergunta a mulher gentilmente."

É simplesmente assim que começamos o capítulo 1 do livro que vos falo. Holly é quase que frequentadora assídua do hospital local, só que dessa vez não foi sua culpa. Na verdade, na verdade, quem está com o probleminha é sua melhor amiga, Lizzie. Mas isso não interessa. Foi só um pretexto para contextualizar o início do livro.

A carreira de Holly vai de mal a pior, ela conseguiu o emprego com uma mentirinha e algo envolvendo um primo misterioso que joga golfe na liga profissional, mas eu todos os jogos que o chefe dela assiste, misteriosamente adoece e não pode participar. Outra coisa interessante com Holly é a facilidade que ela tem de conhecer homens estonteantes.

Ben: namorado, jogador de rúgbi, alto, lindo, perfeito, deus grego.

Dr. Kirkpatrick: médico dela. É, dela. Foi ele que a atendeu todas as 300 vezes que ela deu entrada no hospital pelo mais diversos motivos. Desde o caso do preservativo, passando por cacos de vidro no pé, e até uma árvore caindo em cima dela. Agora tentem imaginar que essa atração desastrosa que Holly tem a fez quase cair tropeçando em uma bala de limão no chão. Pois é. Ela é assim, literalmente, um pára-raio de acidentes.

E claro, Sargento-Detetive Sabine, James para os íntimos.

"O outro vira-se para mim e me olha desconfiado, com os olhos mais verdes que já vi na vida. É um homem muito atraente, com um belo físico."

Me belisquem por esse homem! Bruto, engraçado, sarcástico, com um sorriso de matar, loiro escuro, olhos verdes. Meu coração vai ao delírio! Só tem algo bem alegre e positivo para Holly na personalidade dele: James odeia repórteres; porém para a alegria de Holly, ela só vai ficar 6 semanas com ele, enquanto ele espera para se casar.

Esse período que convivem juntos, consegue ser um inferno para os dois no início. O sentimento de ódio é recíproco e eles fazem questão de deixar isso bem claro. Infelizmente, os leitores d'O Verdadeiro Diário de Dick Tracy', ou o diário de Holly, é que não vêem as coisas exatamente dessa forma. O jornal que ela trabalha chega a contratar um fotógrafo, Vince, para ficar acompanhando os casos. Vince é hilário, não tem como não gostar dele e de suas camisas extravagantes e atitude tarada por James.

Holly não poderia deixar de ter um sistema próprio de falar palavrões. Funciona na base das verduras e legumes. É engraçado ver esse sistema sendo aplicado durante o livro. Algumas vezes, você não nota o que ocorre.

“No passado criamos uma caixinha de palavrões no escritório durante seis meses, na qual depositávamos dinheiro toda vez que falávamos um palavrão, dinheiro esse destinado a fins caritativos. Três meses depois recebemos uma carta da associação de cegos agradecendo os nossos donativos e dizendo que o dinheiro estava sendo usado para treinar quatro Golden Retrievers.
Eu era certamente responsável pelo menos por dois cães de guia e uma pata do terceiro.
Por mais que eu seja a favor de uma causa tão digna, meu salário é pequeno e, aparentemente, palavrão não é uma qualidade atraente em uma mulher.
Então inventei um novo sistema de palavrões, usando frutas e legumes que felizmente deu certo aqui no escritório. As frutas e os legumes que as pessoas detestam referem-se a coisas ruins, e os que elas gostam referem-se a coisas boas. Por exemplo, minha indicação para trabalhar com a polícia é RABANETE, mas a demissão de Pete é maçãs ( não morango nem nada realmente gostoso, porque isso é reservado para coisas absolutamente brilhantes). Agora o escritório está cheio de frases como: “Dá pra acreditar? É realmente um nabo, não é?” Então esse trabalho com a polícia é NABOS, ABOBRINHAS, COUVES-DE-BRUXELAS e qualquer outra coisa horrível que vocês possam lembrar.

Eu li umas 3 vezes o final. É fofo, romântico, clichê, tudo que eu esperava, mas gostei. Só achei muito curto, podia ter um pouco mais de suspiros para mim.

Às vezes acho que fico meio retardada com livros românticos, eu fico lendo e relendo e com uma cara eterna de bobona.

Gostei do livro, não é dos meus favoritos, mas consegue distrair e ser um bom romance. As comparações dos dois com Mr. Darcy e Elizabeth me fizeram dar gritinhos. Sem contar as grosserias trocadas entre eles.

Três lindas estrelas. Só não ganhou a quarta por causa que eu queria um pouco mais no final! haha

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